quinta-feira, 28 de abril de 2016

ALô CUBATÃO!!! - . Receita da usina Henry Borden poderá financiar despoluição do rio Pinheiros

Especialistas apresentam propostas para uso das águas da Billings

Receita da usina Henry Borden poderá financiar despoluição do rio Pinheiros

Da Redação Foto: Roberto Navarro



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Ricardo Montoro participa do evento

Os múltiplos usos da água da represa Billings foram discutidos nesta terça-feira, 26/4, em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, presidida pelo deputadoRoberto Tripoli (PV). Os proponentes do evento foram os deputados Ana do Carmo e Luiz Turco (ambos do PT), também membros da comissão.

"O que os debatedores, entidades e lideranças discutirem aqui servirá de base para um relatório que a comissão vai encaminhar às autoridades", adiantou Ana do Carmo.

Roberto Tripoli parabenizou os colegas pela iniciativa do evento. "O requerimento dos deputados Luiz Turco e Ana do Carmo, para a realização desta audiência pública, foi aprovado por unanimidade na comissão". Tripoli e o deputado Chico Sardelli (PV) apontaram ainda a importância de discutir o tema da despoluição do rio Pinheiros.

O secretário-adjunto de Energia, Ricardo Toledo Silva, lembrou que a Billings tem 1,1 bilhão de metros cúbicos de água. Ele elencou entre os aproveitamentos estratégicos do sistema hidráulico Tietê/Pinheiros/Billings a despoluição da bacia do rio Pinheiros, o controle de inundações, a ampliação da disponibilidade no reservatório da Billings para abastecimento de água e a ampliação da segurança energética.

Toledo observou que uma estratégia de interesse do Estado poderia ser aumentar a energia gerada na usina hidrelétrica Henry Borden, que faz parte do sistema Billings. A receita gerada nessa operação poderia, segundo Toledo, subsidiar a despoluição do rio Pinheiros.

Controle de vazão

O reservatório Billings, com 120 km2 de área inundada máxima, foi concebido inicialmente, nas décadas de 1920/1930, para atuar na regularização das águas da bacia do Alto Tietê, lembrou o engenheiro Sadalla Domingos, professor da Escola Politécnica da USP. Gradativamente, o Estado foi dando ao reservatório novas funções.
Essa situação, segundo Domingos, culminou, na década de 1990, com resoluções que permitem o bombeamento de água do rio Pinheiros para a Billings apenas com a finalidade de controle de vazão, e não mais pelo critério de geração energética.
Domingos considerou propício o debate no momento em que o governo do Estado acaba de enviar à Assembleia o Plano Estadual de Recursos Hídricos e em que a Sabesp finaliza o Plano Diretor de Abastecimento de Água.
O engenheiro propôs que o reservatório Billings, após recuperado, com sua bacia protegida e seu sistema de geração hidrelétrico modernizado, assuma as seguintes funções: recebimento das águas de reuso; regularização das vazões da bacia do Alto Tietê; geração hidrelétrica na base e na ponta; e distribuição de água bruta para as regiões metropolitanas de São Paulo e da Baixada Santista.

O arquiteto Renato Tagnin, professor do curso de Gestão Ambiental do Senac, definiu o uso atual da Billings como "zona de sacrifício", por ser o reservatório o destino final de resíduos não tratados e por seu papel como dreno para as enchentes da região metropolitana.

Sadalla Domingos, Ricardo Toledo Silva, Luiz Turco,Roberto Tripoli, Ana do Carmo, Chico Sardelli e Renato Tagnin

Ana do Carmo e Chico Sardelli

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