quarta-feira, 27 de abril de 2016

POR TELEGRAMA, ECOPORTO DEMITE 140 MOTORISTAS. TRABALHADORES NÃO ACEITARAM TROCA DE PLANO DE SAUDE


A Ecoporto Santos, do grupo Eco Rodovias, que opera serviços de logística na
margem direita do porto, com seis terminais, mandou telegrama a 140
motoristas, colocando-os em aviso-prévio de demissão.
A medida foi adotada nesta terça-feira (26), em represália à rejeição dos
trabalhadores de acatar proposta da empresa para renovação do acordo
coletivo de trabalho na data-base de março.
A recusa dos empregados ocorreu na quarta-feira da semana passada (20), em
assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de
Santos e região (Sindrod).
Diante do aviso das demissões, o sindicato reuniu os profissionais em
assembleia, na manhã desta quarta-feira (27), quando decidiram acampar no
pátio 1 da empresa, a partir desta quinta (28).
Às 7 horas da manhã, a diretoria do Sindrod montará uma tenda na Avenida
Engenheiro Antônio Alves Freire, sem número, no cais do Saboó, para
protestar com os trabalhadores.
Na tarde desta quarta (27), o advogado Eraldo Aurélio Franzese foi ao
Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), protocolar o dissídio coletivo da
campanha salarial para suspender as demissões. 

Plano de saúde
O problema da proposta nem foi a reposição salarial de 5%, contra a inflação
acumulada de 10,5% em 12 meses, conforme explica o vice-presidente do
sindicato, José Alberto Torres Simões ‘Betinho’.
Segundo ele, a empresa quer modificar o plano de saúde Unimed integral,
obrigando os motoristas a pagarem de 20% a 30% nas consultas médicas e
laboratoriais inferiores a R$ 250.
Os trabalhadores, explica Betinho, até aceitam o reajuste salarial proposto,
assim como os 10% no vale-refeição oferecidos pela empresa, que passaria de
R$ 25,73 para R$ 28,29.
“Mas o retrocesso no plano de saúde, a categoria não pode aceitar”, diz o
sindicalista. “Seria concordar com praticamente a revogação de um direito
conquistado a duras penas”.
Os trabalhadores aceitariam também a aplicação de 9% nas demais cláusulas
econômicas e aumento do adicional noturno de 40% para 50% a partir de julho.
Mas contra a mudança no plano de saúde, acataram sugestão do jurídico do
sindicato e resolveram solicitar medida cautelar judicial, fato que levou a
empresa a demiti-los.
O sindicato fará nova assembleia com os trabalhadores, ainda nesta semana,
para deliberar o que fazer contra as demissões. Para Betinho, “neste caso, o
melhor remédio é o diálogo”.


FONTE; sindicato

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